quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Feliz Dia do Tradutor!

Já começamos o nosso dia trabalhando, mas também paramos um tempinho para comemorar e parabenizar a todos os tradutores nesse 30 de setembro, data comemorativa à morte de São Jerônimo, que traduziu a Bíblia para o latim, demorando 15 anos para concluí-la.

Aproveitamos para divulgar que, em comemoração a essa data, o Departamento de Tradução da UGF, lança o concurso cultural: "O que é ser tradutor?".

Para participar, basta acessar o site www.ugfpos.com e responder a seguinte pergunta: "O que é ser Tradutor?". As mensagens podem ser enviadas até o dia 6 de outubro. Os vencedores de bolsas integrais de estudo serão escolhidos por sorteio e as respostas serão publicadas no site no dia 8 de outubro.

Sabemos que essa não é uma pergunta simples, pois a identidade de tradutor se constrói constantemente e está sujeita a mudanças. Porém, vale nossa opinião!

O que somos? Enciclopédias ambulantes? Escritores frustrados? Co-autores? Autores entre aspas? Nós mesmos ou o outro? Loucos???

Bom, a única esperança é afirmarmos nossa verdadeira e única identidade profissional: TRADUTORES. Mas a pergunta ainda não foi respondida.

Para você, o que é ser tradutor?

Bjs e boa sorte!

Maíra Monteiro

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Traduzir (só) se aprende na prática?

Dizem por aí que traduzir se aprende mesmo na prática. A teoria sobre tradução, o que está nos livros, nas universidades, pode colaborar, mas não “forma” um tradutor. Mas a grande questão é: é possível traduzir sem “teorizar”?

Ivone Benedetti afirma que “para o ser humano, fazer e pensar só artificialmente se separam. O fazer sempre vem acompanhado do pensar sobre o fazer, (...) ainda que, individualmente, muitas vezes o façamos sem pensar.”

Rosemary Arroyo ressalta que "não pode haver prática desvinculada de uma ideologia, de uma "receita" implícita de como realizá-la e de como avaliá-la".

Conclui-se daí que todo tradutor tem obrigatoriamente uma “teoria” de tradução, introjetada e aprendida na prática, ou as chamadas “intuições” que o levam a tomar decisões.

“Intuição” é, por definição, aquilo de que não se tem consciência. E como a tradução é uma atividade intelectual, parece mais estranho não refletir sobre ela do que o contrário, não? Refletindo sobre sua prática, o tradutor pode exercer um trabalho mais consciente, tornar-se um profissional mais consciente de si, de suas capacidades e limites, perceber melhor as expectativas dos clientes e interpretá-las ou questioná-las a contento.

“Mas seria simplismo afirmar que a falta de interesse do tradutor prático por teoria é culpa da teoria. Sem dúvida, cabe grande responsabilidade, nesse caso, a certa preguiça, a certo imediatismo de tradutores que, não tendo encontrado, nos poucos exemplos de teoria com que tiveram contato, alguma aplicação prática imediata ao "projeto" em andamento, concluem ser perda de tempo dedicar-se a leituras teóricas. É assim que, no Brasil, perdem a oportunidade de refletir sobre aquilo que fazem exatamente aqueles que fazem.” (Benedetti, 2003)

Por esse motivo, desejamos divulgar a Certificação CLP para a comunidade de localização no Brasil, uma vez que, esse ano, ela não foi realizada aqui por falta de inscritos em número suficiente. Essa certificação oferece módulos online, licenças de ferramentas e reconhecimento internacional, além de ser organizada pelo The Institute of Localization Professionals, uma instituição sem fins lucrativos cujo objetivo é desenvolver práticas profissionais de localização globalmente. Todas as informações sobre o curso estão no site http://www.tilponline.org/clp. Dê uma olhada!

Um abraço,

Maíra Monteiro

PS: Em breve constarão aqui as referências bibliográficas corretas.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O mito da tradução automática na Veja

Nós, da "humilde casta de tradutores" - como diria Paulo Rónai -, já sabemos que obtemos bastante visibilidade na mídia quando o objetivo é nos criticar. Costuma-se, dessa forma, divulgar uma imagem social bastante equivocada sobre o que é tradução e sobre o papel do tradutor aos olhos dos leitores. Assim perpetuam-se os mitos da tradução “fiel” ao original e do tradutor como “eterno traidor”, da tradução como “prótese” ou uma cópia imperfeita do original, sempre inferior.

Agora, as pesquisas em inteligência artificial voltaram a chamar a atenção da imprensa, pelo eterno projeto de substituição do homem pela máquina com a criação do tradutor universal, o Google Tradutor. Mais uma vez, na reportagem da revista Veja de 5 de maio de 2010 (http://veja.abril.com.br/050510/lingua-google-p-122.shtml), são reforçados os mitos da tradução como um processo automático de transposição de significados, que prescinde do tradutor, como se este não tivesse um papel extremamente ativo nesse “transporte”, como se a carga de um idioma chegasse intacta em outro e o tradutor não precisasse tocá-la, ou seja, interpretá-la, buscar o sentido recortado por uma nova cultura por meio do idioma.

Vamos, agora, a mais uma pérola da reportagem, agora sobre a localização:

“À medida que os tradutores avançarem, seus impactos deverão se espalhar pelas mais variadas áreas. (...) Yarowsky também aponta frutos na economia: "Será mais fácil vender produtos e serviços ao exterior, com a eliminação de custos com tradução de manuais técnicos, material promocional e e-mails."

Pessoal, por que, no Brasil, não se ouviu falar ainda da complexidade do que é a industria de bilhões de dólares chamada localização? Da centralidade do papel do tradutor na transformação do mundo em um único mercado online? Das competências que temos desenvolvido para dar conta do transporte de uma avalanche de informações que são levadas a diferentes culturas por discursos e produtos extremamente bem traduzidos? Dos milhares de profissionais envolvidos nisso?

Será que, com a automatização da tradução (e o crowdsourcing), o tradutor acabará mesmo sendo engolido pela economia que ele próprio alimenta com seu conhecimento?

Sei que a resposta a essas questões não é simples, sei também que há inúmeras vantagens de se usar esse modelo de tradução, mas me parece que precisamos pensar nessas questões em conjunto, como uma classe, na verdade, nada humilde (ou pequena).

Como provocação, deixo um recado de Mário Quintana:

“O que há de terrível nos robôs não é como eles se parecem conosco, mas como nós nos parecemos com eles.”

Um abraço, Maira Monteiro

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Por que todos odeiam o LocStudio?

Bem, nem todos. Eu não odeio o LocStudio. Não é que eu seja a fã número um, com carteirinha de sócia e camiseta I ‘heart' LocStudio. Mantemos uma relação de respeito mútuo...o LocStudio e Eu. Eu e o Locstudio.

4.8 ou 6.11 ele sempre está lá quando eu preciso (quero dizer, tenho que desinstalar uma versão, instalar a outra e depois tem os QFEs da vida).

Ah, para quem não sabe o que é o LocStudio... é uma ferramenta da Microsoft para localização de software... da Microsoft.J Realmente, no começo, pode assustar um pouquinho, todos aqueles botões e recursos que você não sabe para que serve... e que você (Tradutor) vai continuar sem saber até o último dos seus dias...

No fundo, o LocStudio não passa de uma planilha “burguesinha, burguesinha” de Excel. Isso mesmo. Vai no cabeleireiro, no esteticista, malha o dia inteiro, pinta de artista....

Mas por trás dessa fachada é apenas uma planilha com source, target e às vezes um contexto aqui e ali na RID (nome do arquivo?) e nas instruções.

Não gostar do LocStudio é como não gostar de burguesinhas... vai ver você nunca realmente deu uma chance para a menina? É como avaliar um livro pela capa sem ao menos ler o prólogo. Então, dê uma chance para a burguesinha — ou melhor, para o LocStudio.

E existem vantagens. Claro, que existe! É uma ferramenta grátis enquanto tantas outras do mercado são (ou estão se tornando) pagas. As palavras repetidas são pagas como novas, e o conteúdo geralmente envolve aquela terminologia basicão que depois de um tempo você pode fazer com os olhos fechados (mas com o TRES* bem aberto. Sempre!)

A verdade, tchurma, é que dizer não para qualquer ferramenta no mundo da Localização pode ser o seu primeiro erro de tradução.

As ferramentas fazem parte do nosso dia a dia e podem e devem ser usadas a nosso favor. Um Localizer não pode ter ferramentas inimigas. Mas se tiver... bem, siga o ditado. Mantenha os seus amigos perto e os inimigos mais perto ainda. Se alguma ferramenta te assusta, não corra. Enfrente-a.

Saudações LocHousianas,
You-Know-Who (Ingrid Barbosa)

*TRES= Terminology Research Engine Portal
Ferramenta de pesquisa/glossário da Microsoft

Disclaimer: You Know Who é amiga das burguesinhas, já foi até madrinha de casamento de uma. E no fundo queria mesmo é ser uma burguesinha padrão. Aliás, ela tem horário marcado hoje no salão às 18:30. E pintou as unhas de vermelho esta semana (totalmente na moda!). Este texto não visa de forma alguma ofender as burguesinhas e sim apontar como certos preconceitos devem ser abolidos de nossa sociedade. Qualquer coincidência com a sua chefe, a chefe dos outros ou a pessoa entre o computador e a cadeira neste momento é puramente ficcional. Se você se sentiu ofendida com a referência às burguesinhas, imagina como o pobre do Locstudio se sente!

terça-feira, 20 de julho de 2010

Está enlouquecendo com a terminologia do projeto?

Sente-se cansado de consultar diversos glossários? Acha que a pesquisa nunca terá fim? Seus problemas se acabaram-se :-) Chegou (há séculos) o mais novo Xbench terminology procurator da Apsic totalmente de grátis. Baixamos o produto do site http://www.apsic.com/en/products_xbench.html e eu e Maira Monteiro compilamos as instruções abaixo. Um abraço, Lilian

1) Salve seus glossários como TXT
2) Abra o Xbench e clique em Project > New > Add
3) Marque a opção “Tab-delimited text file” e adicione os glossários TXT
4) Clique em Next.
5) Na guia Properties, marque a opção “Key terms”.
6) Ao final, salve esse projeto na sua pasta da McAfee

Nesse ponto, você poderá fazer buscas em todos os glossários ao mesmo tempo.

Se você adicionar os arquivos traduzidos ao projeto (indo em Properties > Add e selecionando a caixa Ongoing translations) ele ainda verifica a consistência entre as traduções e os termos do glossário, sinalizando sempre que houver discrepâncias. Além disso, ele apresenta inconsistências entre segmentos, falta de números, segmentos não traduzidos, problemas de tags, epsaços duplos, enfim, uma mão na roda na correria do dia a dia.

Sei que nada disso é novidade, e que o Xbench é uma das ferramentas disponíveis no mercado. Contudo, ainda percebemos que essas ferramentas são pouco utilizadas, o que é difícil de entender. Fica aqui nosso incentivo pela disseminação do uso dessas ferramentas tão incríveis.

Abraços, Lilian

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Se o refresco for de maracujá...

Eu não tomo refrigerante já faz anos...
Estou no meio de um alcoholicsabbatical...
Então o jeito é tomar refresco mesmo :o)
O que eu posso falar sobre QAs? Amor ou Ódio? Acho que está mais para nenhum nem outro...
E olha que eu tinha tudo para ficar traumatizada...
Há alguns anos atrás (mas nem tantos assim), quando eu ainda era uma estagiária dando meus primeiros passos no mundo da coordenação linguística, caí de paraquedas – não, nem isso... foi ataque camicase mesmo (also known as “Lilian vai a Londres”) - em um projeto que recebeu um BIG FAILED com umas das maiores e mais potentes planilhas de feedback de clientes que eu já recebi... dava para dar a volta ao mundo algumas vezes juntando todas aquelas entradas...
Exagero? Então tá... eu fiquei um pouco traumatizada na época, mas depois de anos de terapia posso ver um “entrar em contato” sem ter um ataque cardíaco. Só tenho umas pequenas convulsões...
O importante é que QAs em si não me assustam mais... a gente fica chateada quando o revisor vem que vem com tudo? Sim! A gente fica cansada e entediada de refutar um milhão de entradas que não fazem o menor sentido? Sim! A gente fica com vontade de xingar a mãe do juiz, do volante, do goleiro e a JABULANI? Sim!
Mas aí a gente respira, toma um refresquinho de maracujá e corre atrás do prejuízo para ganhar o jogo de virada. E se não der para fazer um gol aos 45 minutos do segundo tempo, respeita a vitória do adversário, mesmo que ele tenha cometido muita faltas e não saiba o significado de “fair play”.
Ah, mas o assunto não era bem esse, né? Bem, falo sobre a questão da imparcialidade depois -- ou não. Vai que os amigos A e B resolvem ler isto ou os concorrentes X e Y estão só espiando...
Saudações LocHousianas,
YouKnow Who (AKA Ingrid Barbosa)

sexta-feira, 9 de julho de 2010

O 100% match está no escopo?

Em alguns projetos, mando a pergunta e começo a rezar. Não faço mais nada. Só eu e Outlook, Enviar/Receber, Enviar/Receber. Chega um email, outro, outro, mas nem olho, não dou a mínima, Enviar/Receber. A resposta não chega. O coitado lá também não sabe. Ele manda a pergunta e começa a rezar, não faz mais nada. Só ele e o Outlook, Enviar/Receber, Enviar/Receber.
Beijos, Lilian

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Erro no QA dos outros é refresco...

Há 10 ou 15 anos atrás eu era gerente de qualidade de uma grande empresa de localização, a Bowne Global Solutions. Naquela época, entre outras atribuições, uma das principais tarefas do departamento de língua era fazer controle de qualidade. Quem trabalhou comigo deve lembrar que eu sempre recomendava o bom senso nas avaliações. Sair apontando mudanças preferenciais, ou pior, sair catando errinho para reprovar as traduções nunca foi bem-vindo no departamento. A gente compreendia que a função do QA era achar os erros e apontá-los, mas nossa predisposição era aprovar as traduções e, quando necessário, detectar que determinado tradutor não estava usando os glossários de forma adequada, sugerir fontes de consulta, ou até mesmo trocar o tradutor que não estava se adaptando bem em determinado projeto. Essa época de departamento de controle de qualidade interno ficou no passado e cada vez mais vem sendo terceirizado não só nas empresas locais, mas no mercado de localização como um todo. Com isso, o que acontece hoje em dia? No projeto X, o tradutor A traduz e o tradutor B faz o controle de qualidade. Já no projeto Y, ocorre o inverso. O tradutor B faz a tradução e o A faz o controle de qualidade. Não posso dizer que esse sistema não funciona. É bem verdade que funciona sim e deve custar muito menos para as empresas. Contudo, ainda há muito que melhorar nesse sistema. Os principais desafios que vejo são:
1) Tradutor A e B têm diferentes percepções sobre o que é um erro major, critical etc. por mais que haja descrições detalhadas e definições quase específicas. Dependo da empresa, um erro major chega a valer por 5 erros minors e com certeza isso impactará o resultado, dependendo do volume da amostra.
2) Muitas vezes, erros preferenciais são categorizados como erros minor (eu já vi até mesmo como major).
3) O terceiro desafio que eu vejo não é bem uma constatação, e sim uma pergunta: até que ponto tradutores A e B, competidores ou amigos, podem avaliar um o trabalho do outro? Como ficam as questões éticas? Para ilustrar esse ponto, quero contar um caso verídico. A tradutora A recebeu um "Fail" em um projeto. Quando olhou o formulário de QA, viu o nome da revisora. Surprise surprise: uma grande amiga dela. Bom, ela olhou ponto por ponto, solicitou que fossem revistos alguns com os quais não concordou, solicitou também que fossem revistas as categorizações de vários erros (major vs. minor e preferential) e seguiu a vida. No próximo encontro entre amigas, ela não aguentou e comentou: puxa, fulana, esses dias você detonou meu trabalho em um QA da empresa X. Qual não foi a surpresa e o espanto da amiga tradutora quando a amiga revisora respondeu: ual, era seu trabalho?? achei que era trabalho da sicrana. ela constumava fazer as traduções dessa conta. Puxa, se eu soubesse que era você, teria pegado mais leve...

Ora bolas, o que é isso? Aos amigos tudo, aos inimigos a lei?

Bjs, Lilian

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Finally, the blog was born

We have !!finally!! created this window with the external world and hope to debate about the main challeges and opportunities we face in the Localization world. Everybody who works with us here at LocHouse Translations and DTP will be posting messages, tips, and comments. Hope to hear from you!